quarta-feira, novembro 29, 2006

... nunca hei-de perceber...

... porque é que a minha voz fica incrivelmente sexy quando estou constipada!!!! ;)
(será para compensar o facto de não ter o aspecto da menina da pic?????)
[Ao som de: muito se tem falado por aí dos The Killers... pois esta smile like you mean it foi, parece-me, a primeira musiquinha que conheci deles... e claro, morri de amores! :)]

domingo, novembro 26, 2006

... porque me há-de apetecer sempre... mário cesariny...


Faz-me o favor...

Faz-me o favor de não dizer absolutamente nada!
Supor o que dirá
Tua boca velada
É ouvir-te já.

É ouvir-te melhor
Do que o dirias.
O que és não vem à flor
Das caras e dos dias.

Tu és melhor -- muito melhor!
Do que tu. Não digas nada. Sê
Alma do corpo nu
Que do espelho se vê.

sexta-feira, novembro 24, 2006

... mimos de última hora...



O mau tempo voltou a fazer das suas! Hoje, na primeira aula, estive com uma extraordiária falha vocabular: não conseguia encontrar as palavras mais óbvias... a sorte foi estar a trabalhar com uma das turminhas maravilha, o mesmo é dizer que são os únicos capazes de achar alguma graça a estes momentos de loucura sem os quais não poderia ser minimamente sã! ;)

[De seguida, a experiência foi tão má - como, aliás, já é habitual - que na minha mente só resta uma espécie de buraco negro relativo a 90 minutos... :( ... ]

Por fim, as outras pérolas do meu dia fizeram-me corar! É incrivel como "semana sim" sentimos amor, "semana não" sentimos um ódio profundo uns dos outros. Esta semana foi a "semana sim"! E por isso senti que recebia assim um abraço apertado... muito à la calvin & hobbes... :)

terça-feira, novembro 21, 2006

... serei eu a verão feminina de sansão???...

...

Só isso justifica a minha falta de controlo momentânea que me fez ir a uma loja onde vendem coisas daqui para comprar uns daqueles gémeos...

...

.... mas são tãããooo lllllliiiiiiiinnnnnnddddddooooosssss ... e.... cof cof cof ... ficam-me tããããoooo bbbbeeeeemmmmm....
[nota importante: a bela da pic ainda aqui será colocada...! ;)]

segunda-feira, novembro 20, 2006

... não fosse eu tão diferente...

... e estaria exactamente igual a ela... excepto no que à cleptomania diz respeito, claro!!!!

[nota importante: voltei a ir a um daqueles sítios onde pagamos para nos cortarem o cabelo... sensação? ficar quase cega com as luzes do tecto... ;)]

[nota ainda-mais-importante: esta muito humilde ...salinha... fica agora ao som de It's not, da fantástica Aimee Mann... ]


sábado, novembro 18, 2006

... de um só fôlego...

Tabacaria, por Álvaro de Campos
(escrito em 15.01.1928)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a pôr humidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida
, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.

A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa,
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei-de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Génio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho génios como eu,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicómios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
Não estão nesta hora génios-para-si-mesmos sonhando?
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
O seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.

Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistámos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordámos e ele é opaco,
Levantámo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.

Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folhas de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida
.)

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.


(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência
Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse,
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olhou-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, e eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra,
Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?),
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.

O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o: é o Esteves sem metafísica.
(O dono da Tabacaria chegou à porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.

Retirado de "http://pt.wikisource.org/wiki/Tabacaria"

... ai,ai...

... haverá coisa mais bonita do que ver o amor nos rostos de quem gostamos???? Agora que já é "oficial", minha querida K., posso dizer por aqui que as letrinhas k e h combinam muito bem!!! ;)

[nota importante: pic repetida, tirada por um senhor extraordinário. Mas esta repetição tem desculpa: por um lado adoro esta pic, por outro lado, o momento exigia uma pic assim! ;)]

quinta-feira, novembro 16, 2006

... lembrar de...

...

... nunca mais ficar com o coração derretido por causa das carinhas tristes dos meus amiguinhos... e, nunca, nunca, nunca fazer uma ficha de trabalho ennnnooooorrrrrmmmmmeeee para eles conseguirem mais uns pontinhos nesta parte da lógica...


puffff

...

segunda-feira, novembro 13, 2006

Ao som de...

Não me pergutem porquê, mas hoje andei o dia inteiro com este terno wishful thinking das The Ditty Bops na cabeça... por isso, cliquem lá no play e disfrutem... fáxavor, claro! ;)

... quem não gosta de fazer actas põe o dedo na ar...


sexta-feira, novembro 10, 2006

terça-feira, novembro 07, 2006

... lógica... ou nem por isso... :s

Com nuvens negras ou não, a verdade é que esta muito humilde ...salinha... começa a ficar muita amuada com a falta de notícias... por isso, e mesmo havendo uma vazio muito semelhante aos buracos negros que têm feito questão de rondar estes lados, aqui ficam, muito sinteticamente, as últimas novidades:

1. Os meus amiguinhos acham que eu desconto a doer... o mesmo é dizer, segundo os próprios, que comigo ou é ou não é... não ando com paninhos quentes... uns acham bem... outros acham mal... eu... bem... eu optei por entender o comentário como um elogio!

2. Ontem confundiram-me com uma aluna lá na escola! Fiquei contente... afinal, de uma maneira ou de outra, sempre me vou integrando lá na escolinha...

3. Hoje um colega conseguiu falar comigo! Viu para lá da transparência, percebeu que ali estava um ser muito parecido com um ser humano e... surpresa: falou comigo!!!!

4. Estou a terminar a lógica. Zanguei-me com os miúdos. Continuo com o final da lógica pendente. Voltei a zangar-me com os miúdos. E, apesar de tudo, todos nos rimos quando percebemos que um dos nossos amiguinhos também deve andar ter sonhos muito maus... sim, porque aqui por casa a lógica já fez muitos estragos!

Claro que nada disto tem interesse. Mas, com nuvens negras ou sem elas, a verdade é que tenho feito as mesmas coisas, nos mesmos dias, com as mesmas sequências... e a única coisa que está diferente... bem... calculo que seja o passar do tempo... seja esse passar como for...
[nota muitíssssssssiiiiiiiiiiimmmmmmmoooooooo importante: agradeço, do fundo do coração, todos os miminhos que tenho recebido! E prometo que volto dentro de momentos... com a música em altos berros, cheia de vontade de pintar arco-iris, e com muitos sorrisos, muito animados, para que os dias voltem a ser grandes.... mas, enquanto o "dentro de momentos" não chega, aqui ficam uns sorrisitos simples e muito agradecidos...]

quinta-feira, novembro 02, 2006

... sem imagens... parte ii...

...

... muitas provas de avaliação de conhecimentos para corrigir, imensas sínteses de avaliação intercalar para fazer, e uma tristeza avassaladora têm como resultado comentários do género:

"é claro que escusa de parar na passadeira... é que eu estou mesmo a precisar de morrer hoje!..."

ou então:

"hmmm... devo estar a ficar doente... só ando a pensar em coisas más..."

...

[Nota importante: bem sei que não me devo lamentar. Há milhões de pessoas que vivem sem condições, etc, etc, etc... mas a verdade é que nunca me senti tão triste como agora... ]